quinta-feira, 25 de março de 2010

Meu Remanso


Ando cansado desse desvario, dessa madrugada, deste fel                                                           [intumescente

Já rastejei na noite mais sombria à procura de vermes e seres                                                           [luminosos
Já andei sobre os mares mais profundos tocando o sal de suas águas                                                          [com meus pés
Já voei mil universos em companhia de seres abissais,                                                          [interestelares, subliminares
Já mergulhei em buracos de ozônio para tentar alcançar a luz
Mas só consegui queimar meus olhos, minhas mãos e minha alma

E agora eu quero voltar praquele remanso seguro
Onde o calor esvazia este gelo que me preenche
Sob a pele tosquiada, fissurada, enlameada
Onde a saliva me limpa, me cura e me regenera
Onde esses olhos me inundam de transfigurar desejos
Onde essa pele
Onde esse mel
Onde teu colo...

(Celso Mendes)

Um comentário:

Reinatoo/facebook.com.br disse...

Bravíssimo !!! lindo , maravilhoso...Abração
poeta amigo.